Por: Sheyla Santos
Brasília, 9/10/2023 - O sociólogo e mestre em Relações Internacionais da Arko Advice, Thiago de Aragão, disse em entrevista ao vivo à TC News que caso a guerra em Israel escale o Irã será um ponto de atenção por conta do potencial impacto na cadeia energética global.
Aragão frisou que o grupo terrorista Hamas, que coordenou um ataque a Israel no último sábado, é financiado pelo Irã, país que também investe no grupo extremista Hezbollah.
“O Hamas funciona como um braço longo do Irã”, disse. “O Irã é ponto central no Oriente Médio, até por conta do Estreito de Ormuz por onde passam entre 25% e 30% dos barris de petróleo diariamente, e é facilmente bloqueado. Se o Irã quiser fazer isso terá impacto imediato na cadeia energética global”, explicou.
DESDOBRAMENTOS NO BRASIL
Em relação ao comércio exterior, o especialista sublinhou que Israel é um importante fornecedor de fertilizantes para o Brasil ao mesmo tempo em que o Brasil comercializa produtos como milho e carne para o Irã.
Segundo Aragão, dependendo das decisões a serem tomadas pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, esse fluxo de comércio pode vir a ser interrompido.
Na visão do especialista da Arko, o Brasil deve assumir um posicionamento justo e atento nos fóruns internacionais dos quais participa evitando, assim, erros diplomáticos como no caso da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Segundo ele, cabe ao Brasil estimular um debate entre as potências mundiais para que haja um maior entendimento sobre a postura da China em casos de conflitos.
“O Brasil, estando na presidência dos BRICS, poderia convocar uma reunião, até porque a China tem um peso grande no que está acontecendo”, disse.