Por Luca Boni
O Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira (14) em alta e atingiu o território técnico de “bull market”, ou tendência de alta, após avançar mais de 20% desde as mínimas registradas em março. A atenção dos investidores ficou voltada para o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que manteve a taxa de juros dos EUA inalterada, e para a decisão da S&P Global de elevar a perspectiva para o rating do Brasil para positiva.
O Ibovespa avançou 1,99%, aos 119.068 pontos, encerrando próximo da máxima do dia e no maior patamar em mais de sete meses. A sessão teve volume de R$30 bilhões, acima da média de 50 pregões e o maior para um único pregão desde dezembro de 2022.
Os investidores acompanharam a decisão do FOMC, que manteve os juros americanos inalterados no intervalo entre 5,0% e 5,25% após dez altas consecutivas, em um ciclo de aperto monetário iniciado em março de 2022.
Logo que a decisão foi divulgada, o tom "hawkish", isto é, inclinado para novas altas, fez com que o Ibovespa perdesse força em linha com as bolsas americanas, sobretudo devido às revisões para cima de indicadores econômicos, como o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA.
No entanto, os ativos encontraram espaço para altas após a coletiva do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em que ele indicou que novos aumentos dos juros neste ano são apropriados, mas relativizou as projeções para indicadores divulgados pelo Fed.
“Tivemos uma decisão hawkish, mas, com as falas do Powell propriamente, ele tentou não pressionar tanto a curva de juros americana para não gerar tanto desgaste no setor bancário e no mercado financeiro. Com isso, os mercados reagiram positivamente”, afirma o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz.
No final da sessão, a S&P Global revisou as perspectivas do Brasil para positiva e reafirmou o rating “BB-”, indicando maior certeza fiscal e na política monetária que podem beneficiar o país. A classificação do país como positiva não ocorria desde 2019.
Entre os destaques do dia, as ON da Vale subiram 1,75%, enquanto as ON e PN da Petrobras avançaram ambas 4,30%, novamente renovando as máximas históricas. As PN da Gol, da Azul e da YDUQS subiram 11.80%, 8,66% e 9,86%, na mesma ordem, figurando entre as maiores altas percentuais do índice.
Em uma sessão majoritariamente positiva, apenas 12 dos 86 ativos que compõem o Ibovespa recuavam. Os destaques negativos eram as ON da Cielo, da CVC e da Suzano que caíram 2,35%, 1,91% e 0,85%, na sequência.