Por Gabriel Ponte
Os estrategistas da BlackRock recomendam a compra de ativos de mercados emergentes ante desenvolvidos, diante de uma conjuntura econômica mais favorável nesses países e pelos preços ainda atrativos, segundo relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (17).
Segundo a BlackRock, houve um "rali invisível" nos mercados emergentes neste ano e a situação macroeconômica ainda é favorável ante as economias desenvolvidas, de acordo com documento assinado pela estrategista-chefe de investimentos da asset, Wei Li. Na visão da BlackRock, os mercados emergentes ainda apresentam "valuations", ou preços, atrativos neste ano em relação aos desenvolvidos e melhores perspectivas de crescimento. A asset também mostra preferência por títulos de dívida emitidos por emergentes, em razão de seus "excepcionais retornos".
No relatório, a gestora afirma que a inflação nos mercados emergentes tem diminuído e os bancos centrais dessa região se encontram mais próximos do início do ciclo de corte dos juros.
A asset cita como exemplo o Banco Central do Brasil, que imprimiu um violento processo de aperto monetário ao longo dos anos de 2021 e 2022 e parece caminhar para iniciar cortes na taxa básica de juros.
No documento, a BlackRock também traz cinco tendências que permeiam os mercados no atual momento: Inteligência Artificial, fragmentação geopolítica, transição para baixo carbono, envelhecimento demográfico e o futuro das finanças. "Enxergamos oportunidades abundantes nos mercados acionários emergentes por meio dessas forças", dizem os estrategistas.
Nos Estados Unidos, a BlackRock entende que o núcleo de inflação ao consumidor (CPI, em inglês) permanece bem acima da meta perseguida pelo Fed, de 2,0%, o que sugere que o banco central ainda fará altas adicionais de juros no segundo semestre deste ano para combater a alta nos preços. "Projetamos que os juros permanecerão restritivos mesmo com o enfraquecimento da atividade."