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Mercados
Publicado em
23/8/23 18:49

Apetite por renováveis deve acelerar M&As em energia no Brasil

Setor chama atenção do mercado e cresce nos últimos anos
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Arte/Vinicius Martins
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Por Luciano Costa

O Brasil deve ver uma aceleração em operações de fusões e aquisições no setor de energia nos próximos anos, em meio ao enorme apetite por negócios ligados a fontes renováveis e transição energética, disseram especialistas nesta quarta-feira (23) em evento acompanhado pela Mover.

Diversas conversas sobre potenciais transações estão em andamento neste momento, segundo o diretor do Bradesco BBI, João Roriz, que vê muitos interessados em ativos ligados a novas tendências como geração e comercialização descentralizada de energia, via pequenas instalações solares – conhecidas como "GD" – além de eletrificação e digitalização.

"É razoável pensarmos que nos próximos cinco anos vamos ver mais M&As do que nos últimos cinco, principalmente em tópicos relacionados à transição energética e renováveis", afirmou Roriz, durante congresso do escritório de advocacia Lefosse.

Ele citou como exemplos a compra da geradora renovável e comercializadora de energia Comerc pela Vibra Energia (VBBR3), de combustíveis, e a aquisição da Echoenergia pela Equatorial (EQTL3), que mira usar a empresa para vender energia a consumidores de alta tensão que atuam no chamado mercado livre de eletricidade.

O cenário contrasta com um passado em que investidores olhavam principalmente oportunidades em geração hidrelétrica, ainda hoje o carro-chefe da matriz elétrica do Brasil, e termelétricas, disse o diretor do Pátria Investimentos, Frederico Sarmento.

"Térmica hoje é algo visto com restrições, e hidrelétricas também têm certa restrição. O apetite, então, está focado em solar, o apetite maior, e os investidores hoje veem o Brasil como alvo", afirmou.

O Pátria, que administra US$28 bilhões em ativos, tem um fundo de infraestrutura de US$2,5 bilhões, e captou mais US$3 bilhões para outro veículo, dos quais entre 20% e 30% devem ir para o setor de energia na América Latina, onde o Brasil é o maior mercado, disse Sarmento.

Para o sócio da área de energia do Lefosse, Raphael Gomes, as fusões e aquisições serão impulsionadas pela janela ainda fechada no mercado financeiro para aberturas de capital (IPOs) e pelo cenário de preços baixos no mercado de energia, que dificulta viabilizar novos projetos a partir do zero. "Hoje, a forma de você entrar no setor elétrico do Brasil ou ampliar investimentos é via M&A", afirmou.

Nos últimos dez anos, fusões e aquisições em energia no Brasil envolveram US$25 bilhões, volume que deve ser superado na próxima década, segundo dados citados por Roriz, do BBI.

Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 18H25, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.

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