Coluna
Publicado em
17/3/2023 15:10

Custo de oportunidade: CDI ou renda variável?

Se o consenso está muito pessimista e você entende que isso pode melhorar, vale a pena investir
Componente decorativo no bloco representando as cores do FLJ.
Unsplash

Por Artur Losnak

Acompanhamos nos últimos meses muitos quedas expressivas nos ativos financeiros, que atingiram preços descontados em relação ao passado. A grande pergunta que fica é: vale a pena comprar?

Teoricamente, se um ativo negociava a 40 reais e hoje negocia a 10 reais, se eu comprar agora e vender a 20 reais eu conseguiria embolsar um bom lucro e ainda nem precisaria esperar o ativo voltar ao preço histórico de 40 reais.

O grande problema é justamente que provavelmente a dinâmica de mercado era uma quando o ativo negociava a 40 e outra quando negocia hoje a 10 reais (ritmo de crescimento do PIB e taxas de juros diferentes, por exemplo).

Na minha visão, não vale a pena comprar qualquer coisa simplesmente por ter caído, afinal se demorar muito para chegar nos 20 reais, era melhor simplesmente ter deixado o dinheiro parado na renda fixa do que correr o risco de renda variável.

Isso é justamente o custo de oportunidade: deixar de ter um benefício (relacionado à rentabilidade do CDI neste caso) ao alocar em um ativo de renda variável.

Todo dia o CDI sobe enquanto o mercado de renda variável pode oscilar (tanto para cima, quanto para baixo).

Supondo uma Selic média de 10% ao ano, em pouco mais de 7 anos dobramos o patrimônio com risco muito baixo.

Olhando para este exemplo, se tivermos conforto de que conseguimos dobrar o patrimônio investindo em renda variável em menos de 7,5 anos, vale a pena investir em renda variável. Se não tivermos este conforto, melhor ficar no CDI.

E como ter conforto? Como descobrir que vale a pena? Se carregar o ativo te rende dividendos, fica mais fácil bater o CDI neste período (afinal além do possível ganho de capital há o retorno através dos dividendos).

Além disso, algo que procuro muito ao investir em renda variável é entender se há algum gatilho de melhora, alguma coisa que retire a aura negativa que está sob determinado papel e faça com que o mercado passe a olhar de maneira mais positiva.

No final do dia é “bem simples”: arbitrar o consenso. Se o consenso está muito pessimista e você entende que isso pode melhorar, vale a pena investir.

Alguns gatilhos - ou triggers - comuns: desinvestimento de ativos; rolagem de dívida, aliviando o curto prazo da empresa; troca do time de gestão; e fusões e aquisições.

Mas se você está mais pessimista que o consenso ou que entende que há mais notícias negativas que positivas no curto prazo, talvez não seja a melhor hora de investir em renda variável.

*O conteúdo da coluna é de responsabilidade do colunista e não reflete o posicionamento do FLJ.

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