Por Márcio Aith
Aos 51 anos, o deputado Marcos Pereira (Republicanos) é um dos jovens líderes mais promissores e respeitados do Congresso Nacional. Mais recentemente, sua liderança foi testada quando, ao assumir interinamente a Presidência da Câmara dos Deputados durante viagem do presidente Arthur Lira à Ásia, prometeu “matar no peito” a aprovação do projeto de lei que versava sobre a taxação das offshores e mudanças sobre fundos de investimento. Eis que Pereira começou a detectar defecções entre deputados que haviam prometido aprovar presencialmente o projeto. Ainda sentiu que o governo, antes animado com a votação, puxou o breque de mão com medo de alguma jogada ardilosa vinda da…Ásia…para sabotar o projeto. Pereira, então, desistiu de colocá-lo em votação, e o projeto acabou sendo aprovado no retorno de Lira à Presidência.
Em entrevista exclusiva ao FLJ, Pereira fez uma avaliação de seu desempenho no período:
“Fui bem, pois, ao não colocar o projeto em votação, acabei agradando tanto o governo quanto a oposição. É claro, no início eu achava que conseguiria mesmo aprovar o projeto como presidente interino. Mas várias coisas aconteceram, entre as quais o surgimento do receio de que, da Ásia, Arthur Lira poderia articular algo para sabotar o projeto. À época, existia uma desconfiança mútua entre governo e Lira. No fundo, foi melhor assim. Diante das circunstâncias, acho que fiz um trabalho muito correto.”
AINDA PEREIRA: ÚLTIMA PALAVRA SOBRE REFORMA TRIBUTÁRIA É DA CÂMARA
Pereira também comentou a iminente aprovação, pelo Senado Federal, do relatório da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) sobre a reforma tributária. “O Senado está perto de fechar sua votação, mas a última palavra vai ser da Câmara. A Câmara pode restabelecer o texto lá aprovado, e derrubar as mudanças feitas no Senado. É claro que avanços, como o aumento do Fundo de Desenvolvimento, podem ser mantidos. Mas a última palavra é da câmara”
LIRA NA “LATA DO LIXO” FOI GOTA D’ÁGUA PARA DEMISSÃO DE RITA SERRANO DA CAIXA
Entre pressões por parte do presidente da Câmara, Artur Lira (PP), e de seu grupo político para que Rita Serrano fosse demitida da Presidência da CEF, corre nos bastidores a informação de que uma exposição de arte patrocinada pelo banco público teria sido a gota d’água para a demissão de Serrano. No catálogo, havia obras com a imagem de Lira no interior de uma lata do lixo, além de representações do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-ministra Damares Alves.
(Contribuição de Sheyla Santos)